Portugal, afinal estava avançado um século em relação ao resto do Mundo e ninguém soube... até hoje!
Durante o final do séc.XIX e inicio do séc.XX, diversas correntes artísticas, ou movimentos artísticos ou lá o que quiserem chamar, espalharam-se por Portugal. Desses movimentos constam o Romantismo, Modernismo, Dadaísmo, entre outros. Todas estas correntes artísticas chegavam a Portugal com anos e anos de atraso e por imitação do que se fazia no estrangeiro, principalmente em França.
Fomos uns macacos de imitação que ainda por cima imitavamos com muito atraso em relação ao resto da Europa.
No entanto, descobre-se agora que NÓS PORTUGUESES, estivemos um século à frente de todo o mundo!
Apenas hoje, em pleno século XXI, começam a aparecer os EMOS, pessoas extremamente sensíveis e depressivas que passam metade do dia fechados no quarto a escrever poemas, a conjecturar sobre possíveis suicidos e a experimentar o rimel da mãe e da irmã e a outra metade a tirar fotografias artísticas.
Pois bem meus caros, há um século atrás Portugal já tinha alguém assim: FLORBELA ESPANCA FOI A PRIMEIRA EMO! Toma lá, ó franciú!
Florbela Espanca foi mesmo a primeira Emo, ela tentou-se suicidar duas vezes antes de conseguir mesmo (à terceira costuma ser de vez), tinha um aspecto muito "dark" com umas olheiras que ela realçava e escrevia poemas muito, muito depressivos.
Para provar a minha tese, aqui têm duas estrofes de um dos seus belos (são mesmo) poemas:
Ei não gosto do Sol, eu tenho medo
Que me vejam nos olhos o segredo
Que só saber chorar, de ser assim…
Gosto da noite, imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!
Florbela Espanca - Trocando olhares
E também vos mostro:
Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!…
Florbela Espanca - Livro de Mágoas
Pensem nisto.
Afinal somos muito mais avançados que aquilo que pensamos!
Cumps,
Sai-me Daqui